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Sobre a ostracização em sociedade

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Um pouco por todo o lado, mergulhados nesse grande universo de pessoas que constitui a sociedade civil, constata-se a presença de um  grupo de pessoas ostracizadas, que se destaca pela sua fraca alegria, pelo seu timbre de sofrimento, pelo seu ar de meter dó.
Tais pessoas parecem arrastar-se pelos lugares públicos como sendo portadores de uma desmotivação para a vida, de uma passividade que consegue torná-las notoriamente desfasadas da normalidade, pela negativa.
Julgá-las tende a ser imediato, mas dificilmente se chega a perguntar, com a mesma avidez com que se julga, que realidade familiar poderá condizer com tais pessoas.
A nossa forma de pensar e sentir o mundo, não só reflecte bem o tipo e quantidade de problemas pessoais com que somos confrontados, como limita as outras formas de entendimento. Um eventual positivismo pode ser suficientemente avassalador para impedir que se compreenda e respeite que haja estados de alma diferentes deste.
Geralmente, as condições de menor fulgor anímico, pródigas quase a tempo inteiro em muitas pessoas deprimidas, têm como consequência o distanciamento ainda maior, porque aqueles que estejam mais activos e se sintam bem tenderão a aproximar-se de mais indivíduos nas mesmas condições e a evitar prender-se com gente que contraria os seus estados.
Ora é um problema sério este, o da ostracização, visível em muitas crianças com problemas de integração e motivação, mas também detectável em adolescentes e jovens adultos, que depois são como que canalizados pela sociedade para condições de exclusão, e percursos menos comuns, como os cultos e seitas que os transportam para condições de ainda pior reversibilidade.
Mesmo nos adultos mais seniores, é possível encontrar quem que se feche numa concha e viva seus dias numa incapacidade para o optimismo tremenda, certamente insalubre. 

1 comentário:

  1. quando a vida roça o limiar da sobrevivência, em que a vida não se vive, antes se arrasta, sem gosto nem dignidade, cruzando-se com a ostentação insultuosa de riqueza, que outra coisa resta senão fechar-se em si próprio?
    Esta sociedade de consumo é pródiga em produzir infelizes. Porque o consumo se torna a base da vida, sendo o poder de compra fraco e a ambição muita, depressa se resvala para a insensatez.
    Rostos sem expressão, cabelos desgrenhados, andar pouco firme, vida sem projectos, a triste face do isolamento que sensibiliza os que, no seu intimo, ainda cultivam laivos de solidariedade.

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