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Sobre a relatividade do valor

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Pergunto-me hoje, sobre o que é o valor de uma coisa, sobre o quão colectivo e estático pode ser o valor de uma coisa ao ponto de atingir um estado de valorização independente daquele que cada ser humano lhe queira ou possa atribuir.
Não deixa de ser curioso que mesmo aquilo a que chamamos valor, portanto, o dinheiro, seja algo que não é intocável no que toca a valorizar ou desvalorizar. Vistas bem as coisas, o dinheiro até vive sempre em dois mercados distintos: o comercial, onde vai oscilando de valor face a complexas teorias económicas; e o pessoal, onde cada ser humano lhe atribui um maior ou menor valor face àquilo que pretenda comprar ou face ao stock de dinheiro que tenha no banco ou apenas de acordo com os princípios que adoptou para viver a sua vida.
Se o dinheiro, verdadeiro elo comum a qualquer ser humano vulgar, é ele próprio um valor relativo, o que dizer de diferentes e talvez mais poéticas formas de valor como são as palavras, as memórias ou os sentimentos? A questão agudiza nestes parâmetros e o debate implode sobre a ramificação possível daquilo a que é possível chamar valor, pois aí vários são os candidatos.
Mas não posso deixar de acrescer que a complexidade não se queda neste ponto, há ainda o facto de que o valor de qualquer coisa muda de forma paralela à mudança do contexto que rodeia a avaliação pontual que se possa fazer a seu respeito. E isso é perceptível no percurso de uma vida, onde novas prioridades sempre aparecem, como resultado de irmos, a cada instante, atribuindo um valor próprio a cada coisa.
Respondo-me, pois, à inquietação, pelo desembarcar na ideia de que realmente o valor de uma coisa é intrínseco e tão dependente de um eu situado algures no tempo-espaço que a imprecisão é enorme quando se cria uma teia argumentativa voltada para a justificação ou publicitação do valor de uma coisa que tanto pode ser um produto como pode ser um simples sentir.

1 comentário:

  1. É certo qua a palavra valor assume um enorme valor!...
    Contudo acho que, como o próprio texto acaba por sugerir, existem vários gripos do conceito - valor - e diversos patamares.
    Assim, o dinheiro aparece o valor exprimindo valia paar troca enquanto que o verdadeiro, belo, o bem, por exemplo, entram no grupo dos valores da ética filosófica aos quais não se atribui uma valia material intrínseca.

    O tema é sobejamente interessante já que nos remete para a matriz do pensamento: as palavras.
    *

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