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Sobre a cronologia do estudo

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O estudo, na vida de um homem, começa pelo imposto, passa em dada altura ao proposto e desemboca no suposto.
Tentei dar um pouco mais de civilidade à frase inicial, mas optei por manter a sua bruteza, finalmente, para que nela condensasse todo o conteúdo deste texto.
Motivei-me para esta escrita ao reflectir sobre o historial pelo qual passa um indivíduo no decorrer do seu crescimento escolar. Ao início, a escola exige das crianças o estudo, pela atribuição diária do tradicional trabalho de casa. Nesta fase procura-se principiar todo o ciclo do conhecimento e, como tal, recorre-se à imposição do estudo. Numa segunda etapa, a que reconheço variabilidade no surgimento, o indivíduo muda de paradigma, pois dá por si num meio que o estimula a estudar e que procura, de melhor ou pior maneira, fazer-se interessante de forma a que suscite vontade de estudar e aprender mais. Nesta altura, o estudo, pela razão de que existe de acordo com o imediato interesse do aluno, passa a ser um estudo do tipo proposto, onde o tutor sugere e o aluno faz-se valer de uma decisão de corresponder ou não.
A entrada na fase do suposto penso que não é certa e longe está de ser pacífica ou, em caso de preferência, de evitar atribulações. Acredito que muitas pessoas vivem vidas inteiras sem se aperceberem que deveriam entrar nesta fase para seu próprio sucesso e estabilidade. É que esta é a fase mais madura do estudo, a fase em que cada um deixa de depender do tutor e passar a chamar a si o estudo, buscando o saber de forma autodidacta e com o sentimento de total independência. De certa forma a vontade do indivíduo passa a ser o professor, e qualquer falta de empenho nesta fase conduz à culpabilização individual, pois cada um carrega o ónus de se concentrar no que entender devendo a sociedade exigir-lhe, sempre, que esteja preparado para qualquer vicissitude inesperada.

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