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Sobre a desprofissionalização dos políticos

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Nenhum ramo de actividade é mais sacrificado pelo povo do que a carreira de político. Os próprios conhecem e reconhecem esses estigmas, devendo até concordar, nos seus íntimos, com algumas das alegações costumais.
A parte penalizadora que não abrange as questões do foro da honestidade, passa de alguma forma pela não inclusão dessa classe no âmbito da lista de profissões do povo. Tal exclusão prende-se com a ideia do trabalho braçal ser fisicamente desgastante e de a classe política viver o seu dia-a-dia no seio de certas regalias que contra balanceiam, na perspectiva do povo, eventual esforço que dispendam.
Cabe-me a mim, perguntar também se é de facto interessante que a Política seja profissão. Julgo que um sim extingue diametralmente a visão da política como dever público ou actividade de intervenção social aberta ao cidadão comum. Uma política como profissão envolve rivalidade e criação dos subterrâneos jogos de poder que controlam peças num tabuleiro de relações e dinheiro. A necessidade de vingar num meio tão perverso como é o dos ideais, das argumentações ou dos convencimentos, motiva todo um esquecer das premissas e enquadramentos da política como entidade vital à existências de sociedades e nações. Daí surge a inoperacionalidade apontada aos políticos, bem como à sua repetição de hábitos e vícios.
O povo poderá ter a sua razão ao não aclamar nem identificar os políticos como operários, pois instintivamente assume uma posição que a lógica consegue suportar. A descrença e o vinco de descredibilização progressiva dos políticos, por parte do povo, em nada abona as necessidades de ambos. Privados de povo, os políticos recorrem a sensacionalismos e demagogias para fazer chegar e se fazerem ouvir e respeitar. O povo, privado de políticos, trabalha intervalando a labuta com desdém dos políticos, que, apesar de tudo, continuam sem aceitação como profissionais mas mantêm-se no recebimento mensal pelos seus préstimos. A pergunta é : de quem?

1 comentário:

  1. O povo não vive sem um governate mas o governo não se faz sem o povo!
    Penso que assim como vc citou é preciso ter uma entrega e preocupação por ambas as partes...
    o que acontece hoje é que o cidadão só se envolve com a politica na época de eleição, enquanto deveria se envolver sempre!Assim quem sabe os governantes sendo mais cobrados também nao renderiam mais?!

    ;D adorei o texto
    bye

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