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Sobre o planeta em risco

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Vende-se por todo o lado a ideia de que vivemos num mundo pior, cheio de desastres ambientais, naturais, ideológicos, éticos ou culturais contra a integridade do planeta. Tal avalanche, vista a olho nu, parece credível e rapidamente lhe sucede a desacreditação da qualidade do nosso planeta.
Tenho momentos de maior susceptibilidade a estas fés pessimistas, mas tento ao máximo comedir-me para não comprometer a racionalidade.
Ouvi já dizer que a razão deste sentimento de piora é resultado directo do aumento e rapidez do fluxo informativo. Arrisco dizer que é consequência disso e dos medos que cada evento gera, pois noto que depois de qualquer catástrofe ou notícia mais perniciosa, o foco de quem noticia volta-se para situações homólogas, criando um aura de presença do problema.
Cabe-me a mim dizer, talvez, que isto de se crer num mundo pior ou melhor, é uma empresa de humanos para humanos. O mundo nem está pior, nem melhor, o mundo abarca os homens e tudo o resto, logo o mundo é produto de tudo. Isto para recordar, apenas, que quando falamos no estado do mundo, frequentemente lhe atribuímos vontade e existência humana, vendendo depois a noção de que está em sofrimento.
Quem sofre e se desgasta com o estado do mundo, somos nós e apenas nós. Sugiro que se passe a falar mais nós, sempre que se trata de assuntos afectos ao mundo, dado que assim a perspectiva muda de figura, já que todo o egoísta se toca quando lhe passam o estandarte de primeira pessoa.
Isto de acharmos o mundo uma entidade, cria uma impessoalidade crítica, e faz-nos sofrer em no lugar de incitar à participação: parece que choramos a dor dos outros, quando no fundo, só com uma perspectiva nada condizente com a inteligência, não vemos que o ataque é pessoal, e que urge, portanto, um contragolpe à altura.

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