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Sobre o tempo estereotipado

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A materialização do tempo, concretizada pelos relógios,, cronómetros, cronógrafos ou temporizadores determina hoje, ainda início do século XXI, mais do que deveria.
Não encontro outra utilidade de saber permanentemente o tempo que não perante situações onde mais de um ser humano tenham de se sincronizar para garantir organização num qualquer evento que participem ou do qual estejam dependentes.
Espanta-me que passemos a maior parte do tempo sem perder a noção do tempo, como se a sua perda conduzisse à impossibilidade de vida.
O tempo tem hoje uma posição autoritária face às vidas humanas. Ele, que deveria servir somente a organização colectiva, dita comummente as regras da rotina individual. Fá-lo sempre que alguém decide com base no tempo em vez da vontade, como quando se decide almoçar pelo que diz o relógio e não pela fome, ou quando se manda alguém para a cama por serem horinhas. Há nisto um quê de escravidão, inexplicável do ponto de vista de quem olha para o tempo e pensa, por exemplo, porque motivo deve andar toda uma civilização atada a 24 horas diárias. Podendo estar a ser ignorante, neste ponto, não vejo motivos para acreditar que 24 horas são a medida horária correcta para um dia nos tempos modernos. Há muito neste mundo que precisa de algumas reformulações, o próprio tempo desajustou a validade e utilidade das actuais convenções de contagem do tempo.
A prova mor de que a escravidão do tempo existe foram os recentes ecos dados por alguém que não recordo, mas cuja mensagem era clara: mudar o fuso horário português para que houvesse mais sincronia no plano europeu. Em termos objectivos, porque não manter o sistema horário e simplesmente deslocar as rotinas de acordo com o interesse? A nossa fraqueza é desistir de certas metas, deixando para os vindouros ou para os vizinhos a aparente maçada de discutir assuntos que não poderiam ser de maior interesse geral. É mais fácil discutir assentos de autocarro.

3 comentários:

  1. Costumo ler com alguma regularidade o teu blog.E,hoje,pela 1ª vez senti vontade d o comentar.De um modo geral,por td o q ja li aqui,surge-m uma questao:tens uma opiniao formada acerca d tudo?Nao vj nisto nd d errado,a nao ser o facto(?) d as tuas opinioes tenderem a parecer certezas absolutas,dogmas.Isso sim considero errado.Os teus posts apresentam ideias relativas a pensamentos exaustivos e profundos em diferentes areas.E,no fundo,a conclusao é q tu sabes tudo acerca de tudo.Para mim,a escravidao com q t referes ao tempo,eu aplico-a às certezas q temos na vida.Escravidao sao as ideias fixas e estagnadas,q nos fazem fechar portas às novidades,à escuta receptiva d novos argumentos.Depreendo dos teus posts q tens mts certezas..Qd as certezas na vida podem ser tao perigosas..É preciso ter medo delas.Do efeito q podem ter em nos,a forma cm nos condicionam a vida,a forma d ser e estar!Qt a este post,Marcelo,concordo ctg apenas nas 1as linhas.Porem,ja os ultimos paragrafos parecem-m 1total descabimento.O tempo e o q fazemos dele.Os ponteiros d relogio apenas dao uma referencia,situam nos numa esfera temporal.trata-s d uma orientaçao tal qual a referencia espacial.Pq somos seres aos quais o sentido d pertença passa pl espaço e pl tempo no qual nos inserimos e identificamos.Escravidao,neste contexto,associo a nossa nececidade (infeliz/) cd vez maior d 'consumir' o tempo,q nos faz querer td a curto prazo,a um ritmo intenso.Fazendo nos squecer a naturalidade de certos acontecimentos e esquecer que é preciso saber esperar.Somos escravos,não do nº d horas q preenchem o nosso dia,mas sim da nossa vontade vertiginosa de viver tudo num só momento...

    Continua com o trabalho q tens desenvolvido neste blog, aqui tens uma leitora atenta!

    Beijo (:

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  2. Caro(a) leitor(a),

    Sugiro-lhe que respeite as regras do jogo e que se identifique se realmente quiser que releve aquilo que comentou...

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  3. Li com muita atenção o post e concordo com o argumento que o tempo não deveria interferir com as nossas vontades,delimitando o que devemos ou não fazer.Aí eu percebo quando utilizas a palavra escravidão num sentido figurativo.Em relação às "24 horas",tenho uma posição parecida com os partidos da oposição quando se fala do caso da licenciatura de José Socrates:Pode ser verdade aquilo que dizes,mas há tantas questões para resolver no país e no mundo de importância muito maior que este assunto nem merece muita discussão.Aliás,como concordo contigo na primeira parte do post,considero que mudar a medida horária era estar a dar uma importância que o tempo não deveria ter.
    Continua a escrever,para que eu possa continuar a comentar
    Abraço

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