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Sobre a colectividade

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A terciarização inerente às actividades colectivas, leva a que a responsabilidade individual dê origem a um código ético que se propõe a gerir toda a colectividade dos actos, decisões, comportamentos, ocorrências.
Fui despertado para o conceito num documentário onde se falava na forma como as empresas, devido a serem pessoas colectivas, como se designam, acabam por contornar muita coisa devido ao seu anonimato ou corporativismos.
Na altura o exemplo dado foi o de uma empresa do ramo petrolífero, cujo presidente foi alvo de manifestações ecologistas à porta da sua residência, devido a recentes decisões da empresa. O presidente convidou os activistas a tomarem um chá e começaram a conversar, do qual resultou o reconhecimento de que o presidente, enquanto pessoa singular, era contra a o prejuízo da natureza por parte da empresa a que presidida, mas que ele, enquanto presidente, não tinha como sentir-se mal por atentar contra esta, dado estar a caminhar no sentido do sucesso da empresa.
Ora, recorri a esta imagem que comigo retive, para chamar a atenção da quantidade de pessoas colectivas, quer sejam empresas, instituições, comunidades ou associações, que existem no mundo e que por força dessa colectividade, se consegue desprover as pessoas do seu sentido crítico e dos seus valores pessoais, unicamente porque se fantasia a passagem para o colectivo, uma existência desumanizada. Tal máquina serve os propósitos individuais de quem a gere, mas garante que os crimes não sejam cometidos por pessoas, além de ser um artifício psicológico para que se façam asneiras e não haja sentimento de culpa.
Não quero carimbar este texto como uma mensagem anti-empresarial ou anti-sociedade, gostava sim de trazê-la para um domínio mais largo, no qual também se verifica. Todos fazemos parte de comunidades, que embora não o sejam formalmente, acabam por ser pessoas colectivas, no qual se depositam as esperanças e as culpas, a meu ver com uma utopia desmedida. A culpa e o sucesso, é de homens e mulheres, a eles o mérito, a eles a responsabilidade, a eles a pena.

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