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Sobre o ser merecedor das atenções

24800_w A forma mais apaixonada ou mais desapaixonada com que abordamos cada assunto, não só influi na forma como os outros nos vêem, como também condiciona o modo como interagem connosco.

Aquele que pretender ser merecedor das atenções, sobretudo daquelas ditas genuínas, espontâneas e ávidas de curiosidade, deve ajustar o seu modus operandi de maneira a justificar esse possível estado de graça.

Melhor do que falar e ter quem escute é falar e ter quem queira escutar. Muitas das pessoas com que me cruzo na rua fala apaixonadamente sobre os aspectos maus da sua vida, a saúde, o emprego, o dinheiro, em particular a falta de cada um deles, mas peca por não encontrar e dedicar idêntica paixão na abordagem dos pontos positivos de suas vidas.

Esta questão da paixão com que cozinhamos o discurso, adquire especial importância se a considerarmos sob o ponto de vista dos requisitos para se poder ser considerado uma pessoa interessante. No meu entender está claro que a devoção aos assuntos importa bastante para o sentimento de interesse que o orador venha a induzir.

As palavras ditas com emoção são uma sedução, conseguem vender ideias e impressões mediante a criação de um impacto no receptor, que transcende o valor intrínseco daquilo que se esteja a comunicar. Tal como na sedução convencional, também aqui a paixão recomenda-se para um devido aprofundar e realçar de virtudes. Aquele que fala sem carimbar o seu discurso com alegria, vontade, proactividade, poderá ser ele próprio carimbado como triste, passivo, murcho. Tal como referi anteriormente, é de árdua concretização a distinção entre o que se diz e quem o diz, pelo que um discurso sem paixão, uma exposição desapaixonada, levará a que a própria pessoa não desperte interesse, a menos que se conheça bem a pessoa e haja razões pontuais para que uma dada exposição seja francamente desinteressante e desinspirada.

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Sobre a ilusão das marcas














Quando se pensa no significado de uma marca comercial, não menos importante deve ser a atenção dada a tudo aquilo que não é visível fisicamente numa etiqueta, adesivo ou placa.

O grande objectivo das marcas, e como tal motivo de grande esforço, é investir euros na criação e manutenção de uma árvore de conceitos que permita que se desenhe no subconsciente dos consumidores a noção do tipo de pessoas que cada marca pretende representar, o tipo de personalidade, mentalidade, estatuto, atividade.

Na última visita que fiz a um centro comercial, apercebi-me de como as marcas batalham essa relação com os consumidores. Uma vez conquistada a confiança do consumidor, surge uma situação peculiar mas bastante comum que é o consumidor deixar de questionar se determinada marca representa aquilo que este pretende ser, enquanto ser que reflecte e decide. Garantida a confiança do consumidor, as marcas rompem a barreira da crítica e ganham uma autonomia gigante para venderem a estes consumidores conquistados qualquer produto que proponham, sem que lhe tenham de relembrar que tipo de pessoas estão representar. Independentemente do padrão da roupa, do cheiro do perfume, das linhas do carro ou do feitio do relógio, a mera inscrição da marca é garantia de sucesso.

É por este motivo que se fala num mundo das marcas, que nada mais é do que um mundo de ilusão, no qual se troca a liberdade de decidir do que se gosta pela ilusão de se acreditar que se é aquilo que as marcas dizem que são os que consomem aquilo que vendem.

Torna-se pois imperativo para qualquer marca conceber bem o seu posicionamento no segmento, identificar perfeitamente o público que pretende representar e que ambições tem esse público, para assim trabalhar a forma como poderá dizer-lhes que se forem clientes da marca serão aquilo que ambicionam ser.

Não é preciso ser estudioso dos mercados para perceber que este é o grande número das marcas no cenário do comércio. Alguma ilusão julgo que seja benéfica para o consumidor acreditar no produto, mas acho que hoje vivemos com demasiada pressão nesse sentido.
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Sobre a colectividade

A terciarização inerente às actividades colectivas, leva a que a responsabilidade individual dê origem a um código ético que se propõe a gerir toda a colectividade dos actos, decisões, comportamentos, ocorrências.
Fui despertado para o conceito num documentário onde se falava na forma como as empresas, devido a serem pessoas colectivas, como se designam, acabam por contornar muita coisa devido ao seu anonimato ou corporativismos.
Na altura o exemplo dado foi o de uma empresa do ramo petrolífero, cujo presidente foi alvo de manifestações ecologistas à porta da sua residência, devido a recentes decisões da empresa. O presidente convidou os activistas a tomarem um chá e começaram a conversar, do qual resultou o reconhecimento de que o presidente, enquanto pessoa singular, era contra a o prejuízo da natureza por parte da empresa a que presidida, mas que ele, enquanto presidente, não tinha como sentir-se mal por atentar contra esta, dado estar a caminhar no sentido do sucesso da empresa.
Ora, recorri a esta imagem que comigo retive, para chamar a atenção da quantidade de pessoas colectivas, quer sejam empresas, instituições, comunidades ou associações, que existem no mundo e que por força dessa colectividade, se consegue desprover as pessoas do seu sentido crítico e dos seus valores pessoais, unicamente porque se fantasia a passagem para o colectivo, uma existência desumanizada. Tal máquina serve os propósitos individuais de quem a gere, mas garante que os crimes não sejam cometidos por pessoas, além de ser um artifício psicológico para que se façam asneiras e não haja sentimento de culpa.
Não quero carimbar este texto como uma mensagem anti-empresarial ou anti-sociedade, gostava sim de trazê-la para um domínio mais largo, no qual também se verifica. Todos fazemos parte de comunidades, que embora não o sejam formalmente, acabam por ser pessoas colectivas, no qual se depositam as esperanças e as culpas, a meu ver com uma utopia desmedida. A culpa e o sucesso, é de homens e mulheres, a eles o mérito, a eles a responsabilidade, a eles a pena.
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Sobre a televisão: legislação e regulação

Ao fim de vários registos acercando a situação e retrato da actual televisão aberta, findo esta intervenção olhando não para um futuro ideal, mas para um presente ideal, possível de construir mediante a reflexão dos que fazem da televisão seu emprego mas também dos que a consomem amiúde.
Pode aparentar ser perda de tempo explorar o assunto da televisão na perspectiva do consumidor, mas acredito vivamente que só a acção conjunta de ambas as partes pode efectivamente acreditar a qualidade daquilo que nos chega aos ecrãs.
Para mim, e note-se que falo sempre por mim, daí estar este blogue sempre aberto a comentários, julgo que a televisão deveria assinar compromissos com o ministério da cultura, da mesma forma que existem regras para a venda dos produtos, também aquilo que é servido na televisão, deveria respeitar regras estabelecidas para garantir a qualidade dos produtos. Sei que, com isto, muitos poderão pensar que é um ataque à liberdade de expressão, mas devo dizer que não defendo a abolição de conteúdos da televisão, simplesmente a limitação de certos tipos de programação para um número máximo de horas por dia, semana ou mês. Não mais poderemos encolher os ombros à pobreza criativa das grelhas televisivas ou até aos jornalismos populistas, desinformativos ou medíocres em inovação. Se somos pobres quer na cabeça quer no bolso, também se deve isto a preterirmos debates televisivos a novelas cativantes, ou a evitarmos documentários pertinentes para ter sobredosagem desportiva.
Acredito vivamente que cabe ao Estado assumir a rédea de tamanho empreendimento na mesma medida em que reconheço à sociedade civil uma inércia para a mobilização, sinal talvez de um passado com familiaridade no silêncio e obediência, ou ainda de um fraco acreditar no poder individual e na necessidade da intervenção pública como vector para um espaço público coerente e saudável.
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Sobre a televisão: a qualidade da notícia

A qualidade de uma notícia é um tema altamente susceptível de divergências na prática, embora seja acessível do ponto de vista dos princípios e pressupostos.
O mais fácil a dizer, acercando este assunto, é formalizar em palavras aquilo que sucede no dia-a-dia. Aí talvez seja oportuno dizer que o processo de análise da qualidade das notícias é profundamente subjectivo devido às convicções de cada pessoa, que sendo variáveis em intensidade e alcance, constituem quer por presença quer por ausência um ruído notório o suficiente para perturbar a análise.
As pessoas dão com elas a acreditar que as notícias do partido que apoiam são mais oportunas e meritórias de divulgação, ou que os seus clubes de futebol são prejudicados pelas notícias, ou ausência delas. De facto, basta não haverem opiniões ou posições no assunto da notícia para que se perca motivação para a receber, conduzindo isto a um possível acusar de fraca qualidade a uma notícia em que a ausência de qualidade está unicamente no receptor que desconhece o assunto. Tal facto é verificável se atentarmos um pouco ao que se passa com o serviço meteorológico ou de trânsito.
Não parece difícil, então, que semelhantes retratos levem a dúvidas sobre se a qualidade da notícia é intrínseca à mesma ou se haverá fracção de legitimidade para a qualidade no receptor, sem o qual a notícia não faz sentido.
Ao não haver resolução deste critério, poderemos assistir a uma de duas situações. A primeira é ao populismo televisivo, não totalmente desconhecido na actualidade, no qual as notícias de qualidade são as que o receptor gostaria de receber, pois acompanham o seu estado de espírito, anímico e ideológico. A segunda, presente de alguma forma também na programação de um canal nacional, é identificarmos uma cadeia transmissora de sinal que elege qualidade sem procurar encontrar-se com o receptor, e que vive transmitindo um conceito de qualidade diverso do citado primeiramente. Tais mundos não são comparáveis, embora sejam alternativos



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Sobre a televisão: a contradição e a indeterminação

Por muito pacífica e conciliadora que queira ser, a televisão não pode adoptar sistemática e permanentemente uma postura de total conformidade e sintonia pelas crenças, expectativas e fraquezas do grande público a que se destina. Isto serve quer para a televisão que tende a privilegiar o populismo, fazendo grandes investidas contra os governos e dando antena de sobra aos sindicatos e sindicalistas; mas também se destina a outra estações privadas, que quase representam uma força política em si, dado que se envolvem em tanta perícia que cultivam uma linha política própria. A partir do momento que temos uma televisão que longe de apelar a um contraditório capaz de lapidar os elementos factuais das notícias, promove antes um aprisionamento ideológico e metodológico que faz com que cada notícia se encaixe numa postura propositada e como tal previsível, acho que a televisão encerra o mal para os seus problemas.
Talvez este apuramento posicional da televisão, que a faz acrescentar muito mais à notícia do que desejável, seja uma consequência do modelo determinista em que vive e reproduz. Se não houvesse tanta energia gasta no isolamento, compreensão e justificação daquilo que se quer noticiar, talvez o espectador fosse deixado na sóbria e recomendável situação de procurar justificar, explicar e isolar a notícia, ficando quem noticia alheio a esses elementos, que são precisamente aqueles que conferem interferência e distorção da notícia. Apelo portanto a uma maior indeterminação noticiosa, centrada mais nos factos do que nos pareceres que conduzem à procura de factos específicos e que depois não se fazem acompanhar pela integridade da notícia, ficando esses recortes sob o jugo de alguém que lhe chama notícia mas que já mais do que notícia, é curta-metragem. Reconheço que seja difícil de concretizar tal inversão de paradigma, pois esta intencionalidade é proveitosa para as cadeias. A peça informativa é transmissora, nunca emissora.
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Sobre a televisão: a decadência de valores

Não é muito claro para mim o grau de interfluência a apontar a televisão e sociedade, sobretudo prever até que ponto é que uma consegue sobrepor-se à outra e influenciá-la significativamente. Vivendo nós numa era pouco credível do ponto de vista moral , aproveito para perguntar se, no campo televisivo, a decadência de valores encontrada é apenas espelho do rumo da nossa sociedade ou se é uma forma de a nossa televisão conduzir os espectadores para um campo vantajoso de manter do ponto de vista económico e altamente viciante, como é o da conversa rasteira, decadência social, fofoca pura e propagandas emocionais.
Não me atrevo a sentenciar quem é o responsável pela decadência de valores, sirvo-me ao invés para revelar que quer seja a sociedade quer seja a televisão, é angustiante verificar que nos horários semanais do pós jantar, não haja mais opções do que novelas, novelas e alguns programas do foro educacional, que ainda assim se esgotam comummente no modelo e formato.
Talvez aquilo que me orgulharia ver na televisão pública, fosse algo pouco fácil de mostrar a quem nunca viu por exemplo programas como Brainiac ou Caçadores de Mitos (exibidos nos canais Discovery) ou como o Fantástico (TV Globo). Perante isto talvez alguns se possam interrogar porque motivo não vejo eu esses programas e me calo resumindo-me ao meu prazer de os assistir. Eu respondo: aquilo que me preocupa na televisão ao ponto de querer escrever sobre ela, não é tanto o acomodamento da minha vontade àquilo que me interessa de entre tanta diversidade a que tenho acesso, é antes o reflectir sobre os conteúdos que temos em antena aberta, para todos o que não podem escolher de entre tantos canais e grelhas possíves. Precisamos de evitar o fomento da decadência de valores na televisão, nem que seja copiando os modelos certeiros feitos lá fora, para fim da pobreza cultural.
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Sobre a televisão: educando pelo écran

Já reparei várias vezes que quando tento vender a ideia de que na diversão televisiva se pode e deve aprender alguma coisa, como no visionamento de um filme, sou confrontado com a posição de que o objectivo da diversão que se busca pode não ser compatível com essa tal aprendizagem. Isto tem muito a ver com a associação cultural dada à aprendizagem, como sendo algo maçudo, cansativo e entediante.
Ora sendo o meio televisivo uma via altamente especializada na comunicação sensível altamente aliciante, acho não é muito difícil estimular as aprendizagens pela via televisiva. Não será necessário explicar, antes referir, que a televisão é de facto uma peça privilegiada na transmissão de mensagens pelo que a sua utilização pedagógica é altamente valorizável. A título do que já existe, devo confessar que as telenovelas já conseguem introduzir mensagens pedagógicas e estimular aprendizagens pela inclusão de temas complicados como a droga ou os abortos, apresentando-os de forma nada aborrecida, no decorrer do enredo, sem penalização do espectador. Também nos filmes isso acontece de forma constante, com eventuais reflexões e estimulações de eventos históricos como guerras ou crises. Ao contrário de textos anteriores, não serve este para mostrar aquilo que está mal a meu ver. Ao invés disso, sirvo-me desta intervenção para louvar esse estilo pedagógico no universos televisivo, e para fazer votos publicamente para que mais tempo de antena e privilégio seja dado e conferido aos que procuram fazer da diversão um ramo possível para o conhecimento.
Um reparo final apenas para evitar confusões: quando me refiro a conhecimento, que não se pense, também, que estou apenas a incentivar programação do género de concursos de cultura geral, uma vez que o conhecimento a que me refiro, é sobretudo todo o conhecimento que não seja tanto na arte de catalogar e resgatar memória, mas sim o que se insere no âmbito do saber pensar e no que pensar.
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Sobre a televisão: o dever moral social

O apuramento da técnica e indústria televisiva empolou a sua diáspora e implementação, tendo contribuído para a criação de um espaço televisivo privilegiado do ponto de vista de visibilidade e alcance.
Tal alcance tem um valor acrescentado enorme, como comprovam os preços da publicidade nas horas de maior afluência aos canais, pelo que os anunciantes se digladiam por tempos de antena de grande repercussão.
Acontece que tal como estes, a própria televisão confere a si mesma um tempo de antena de igual poder comunicacional, não devendo descurar portanto a importância de preciosos minutos em que a transmissão de informação atinge o seu auge. O dever moral social, que escolhi como título desde texto, refere-se exactamente a essa importância que a televisão permite a si própria, e que deve conduzir a um respeito pelos conteúdos e pela transversalidade de público que tem.
Não é moralmente correcto que se abdique de certos esforços por agradar a todos, tal como não é moralmente recomendável que se despenda o precioso tempo de antena com massivos programas sem qualquer intuito cultural que não o de ocupar o tempo. A título que sugestão, gostaria que fosse criado um algoritmo de classificação quantitativa de conteúdos, a fim de que o consumir mais esquisito pudesse de facto constatar a linha de programação de determinada antena, ou seleccionar a grelha televisiva do seu interesse com base em mais parâmetros do que as sinopses, que conferem mais um traço descritivo do que escalar.
Julgo que a existir, semelhante estrutura de classificação, poderia quer determinar os níveis da televisão dentro de fronteiras, quer comparar a nossa televisão com a estrangeira, podendo até vir a servir de barómetro para a evolução do universos programático da televisão, apresentando-se então como uma ferramenta de forte utilidade para quem se interesse pela análise do dever moral e social a cumprir.
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Sobre a televisão: compromissos comerciais

A diáspora do capitalismo agressivo apoderou-se da televisão para mal de todos os que acumulam em si o direito a servir-se dela, consumindo-a. Acredito que larga culpa da desvirtuação da televisão enquanto ferramenta adequada ao progresso, passa pela necessidade de gerar lucros, mais-valias económicas que assegurem futuro.

Repudio e condeno veemente a forma irresponsável como convivemos com cadeias de televisão que prezam a subjugação dos seus espectadores às peripécias de manipulação de audiência para fins de proveitos publicitários. Divulgações de horários incorrectas, em que à hora indicada apenas há publicidade (muito comum nas transmissões desportivas), ou aliciamento de audiências com dinheiro supostamente fácil, cuja efectiva entrega é prolongada com exaustão, de que são exemplo os múltiplos programas vespertinos transmitidos diariamente.

É evidente que as cadeias de televisão vivem acorrentadas às audiências, pois estas são o meio para gerarem o lucro, mas a partir do momento em que são abandonados princípios básicos que honrem as reais capacidades que uma cadeia de televisão pode ter em sociedade moderna, julgo entrarmos no tortuoso caminho da superflueidade dos meios televisivos.

Que se clarifique a ideia de quem manda na televisão! O consumidor precisa da televisão, mas ela precisa cada vez mais dele. O consumidor tem cada vez mais alternativas a ela, pelo que é altura de verdadeiramente reivindicar a si os plenos poderes de se achar activo no panorama televisivo. A maioria de nós, espectadores, julga-se escravo das grelhas televisivas, mas nada mais errado. Que tal proporem-se umas televisões desligadas por uns tempos? Há que prezar respeito e responsabilidade acima de viabilidade económica, pois se querem fazer dinheiro, que trabalhem para tal dentro das regras da civilidade e do dever assumido.
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Sobre a televisão: o poder de informar

No contacto diário com as pessoas, nem sempre nos apercebemos da forma emotiva com que temperamos as informações que cedemos. Este facto, que confere tanto mais subjectividade quanto mais sentirmos aquilo que pretendamos comunicar, é de tal forma intrínseco ao ser humano que adquire dimensões um pouco mais sérias quando é transportado para a imparcialidade pretendida no contexto televisivo, onde o objectivo mor é informar sem contaminar a informação quer no seu entendimento como também na emotividade e estrutura com que esta é divulgada.

As cadeias televisivas são mais, ou menos parciais, mas nunca imparciais de todo. Num ápice, por força de qualquer agudização de sensacionalismo, frieza ou repetição, por exemplo, dá-se o fenómeno da desinformação por  aposta na radicalidade da informação. Ao nível nacional, as produções informativas resumem-se excessivamente aos noticiários, reservatórios óbvios da actualidade informativa.

Os escassos e ocasionais documentários portugueses, tendem a ser mais imparciais do que os noticiários em si, ficando no ar a questão de saber se, afinal, são tão escassos e tímidos exactamente por força dessa maior imparcialidade garantida.

Também em língua portuguesa, os brasileiros, dão cartas na arte de documentar, sobressaindo nesse campo através da denúncia pela divulgação de realidades, sendo exemplos que recomendaria vivamente para o panorama televisivo nacional.

Intrínseca às premissas de como informar, surge a reflexão relativa ao que informar, visto existir um jogo de forças no qual a pertinência de cada notícia deve ser cuidadosamente avaliada com base na sua importância conjuntural.

A título de crítica, diria que vivemos com um meio televisivo que no campo da informação, tende a fundir informar com factos, com informar por opiniões, de que são prova as constantes presenças de comentaristas ocupando o espaço televisivo destinado às notícias, tornando-o um amplo fórum de debates camuflado.
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Sobre a televisão: a virtude da comunicação


Sendo a comunicação um imperativo da espécie humana, acabam por se suceder, ao longo da história, os esforços imaginativos e tecnológicos com vista à concretização do aumento de facilidade de comunicação. A electricidade propulsionou uma série de novos dispositivos, dos quais a televisão hoje se emancipa como uma indiscutível mais-valia para a humanidade.


O ritmo, frequência e abundância de informação revolucionaram o mundo, acabando por haver conseguido imprimir um hábito na cultura de distintas sociedades. Fácil é de concluir que a televisão garantiu a ampliação de cultura não apenas em pontos outrora remotos, mas também em locais antagónicos do mundo de práticas, hábitos e tradições desconhecidas que assim se viram enriquecidos.

De facto, não podemos excluir a noção de que a televisão garante um comodidade tremenda a quem procura saber o mundo, sem abdicar do seu lar. A virtuosidade de podermos saber o que mais preocupa uma nação de distante geografia ou explorar um matagal praticamente inacessível cheio de brutez natural, são simbólicos exemplos de como a televisão é uma aliada do homem.

Aproveitando o tónico das virtudes, como não apontar o cinema, como um dos rebentos mais notáveis da descoberta da televisão, capaz de ficcionar, reflectir ou espelhar, múltiplas preocupações, emoções ou pensamentos comuns a legiões de pessoas? Há quem aponte o dedo ao aprisionamento ao sofá que a televisão confere. Os ingleses, por exemplo, chamam-lhe caixa estúpida. 

Eu, porém, acredito nas valências e vantagens da televisão, apontando o dedo a quem dela se serve, isso sim, para deturpar o sentido, significado, motivação e interesse de comunicar. É a velha questão de culpar determinado conhecimento ao invés de culpar quem dele retira proveitos perniciosos ou meramente interesseiros e como tal afastados dos propósitos naturais e imediatos que dele se podem extrair e usufruir.
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